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FÚRIA METAL BRASIL ENTREVISTA A BANDA DE GOTHIC / DOOM METAL "IN ABSENTHIA"


FÚRIA  METAL  BRASIL  ENTREVISTA  A BANDA  DE GOTHIC / DOOM METAL
               "IN ABSENTHIA"

   ORIGEM -  RIO GRANDE / RS - BRASIL

                       Por : Julie Sousa



1- A banda é recente, com apenas alguns meses de formação e já demonstra bastante identidade própria. Qual a proposta da banda e sobre quais assuntos as letras da In Absenthia tratam?

A In Absenthia traz uma proposta de doom metal ao melhor estilo das clássicas bandas dos anos 90 como Saturnus, October Tide, Anathema, Katatonia e etc., com riffs marcantes de guitarra aliados a uma forte atmosfera proporcionada pelos arranjos de teclado e piano, elemento que utilizamos para agregar uma ambientação mais romântica e densa. A temática das letras remete de um modo geral, ao processo de autoconhecimento e busca pela aceitação da realidade, dura e fria; a tentativa de enxergar os paradigmas valorativos (certo – errado, belo – feio) de outra perspectiva que possibilitem a aceitação de si mesmo perante o comum. Basicamente, nossas letras tratam do indivíduo em ascensão, que tenta transformar o triste, o desolador, em beleza, em poesia.

2- No cenário metálico brasileiro, percebe-se que algumas bandas de Doom Metal tem surgido, outras retornando as atividades. A quê vocês atribuem esse fato?

Primeiramente, sempre acredito que no fundo, aqueles que pretendem trabalhar em cima do doom metal sabem do sacrifício que é manter uma banda desse estilo no nosso país, que como todos sabem, não tem um núcleo duro de bandas nesse segmento, então o descrédito é grande. Todavia, o doom metal é um estilo muito envolvente, que na grande maioria das vezes traduz as lamúrias e lamentações de seus compositores, e isso cria uma ferramenta para ser ouvido, para ser compreendido. Isso, no entanto, acaba limitando bandas a projetos para gravação de demos, EPs ou singles, o que parece estar mudando atualmente na cena brasileira. As bandas decidiram criar seu próprio espaço, e certamente a proposta da União Doom veio perfeitamente como um marco de maturidade no doom nacional. O processo é simples: havendo espaço e estímulo, bandas surgirão, saberão que vão ter onde mostrarem seus trabalhos e, se o espaço não é cedido, cria-se um. Acredito que
foi um processo simples de maioridade, mais cedo ou tarde as próprias bandas iriam se envolver em benefício mútuo, simplesmente porque é o mais racional a ser feito!

3- Quais as principais influências da In Absenthia, e porque tais bandas são referência para a banda?

Cada membro da banda tem seu próprio gosto, dentro e fora do doom, no entanto, temos com certeza alguns elementos em comum. Apenas cabe salientar que por eu (Bruno Braga G/V) ser o responsável pelas composições da In Absenthia, é fato que o nosso som, de modo geral, reflete um pouco mais as minhas referências. Os riffs melódicos de guitarra de Saturnus e Novembers Doom, os arranjos de piano e teclado de Draconian, Dark The Suns e Swallow the Sun, são elementos que muito me inspiram, por exemplo. Entretanto, apesar das influências, acho que o som da In Absenthia apresenta um mosaico bem original do que ouvimos e do que trazemos diretamente para o nosso som.

4- Como é o processo criativo das músicas da banda?



Como eu disse, sou responsável pelas composições na banda, mas obviamente isso não quer dizer que eu seja o único a trazer elementos e ideias para o resultado final. De modo geral, sempre começo com o bom e velho violão, procurando melodias ou reproduzindo ideias que venha a ter em momentos diversos. Como não tenho oportunidade de me encontrar com todos da banda para testar diferentes linhas, acabo por usar programas de edição em midi para compor os demais instrumentos a partir da ideia central e, consequentemente, enviar o resultado para todos darem seu parecer. Os ensaios acabam por ser o momento em que vemos o que pode ser melhorado; adicionar detalhes, cortar elementos ou simplesmente para dizermos que está tudo perfeito!

5- Sobre a cena Doom Metal brasileira, quais as considerações da banda?

Como havia dito em parte, por não ter um núcleo razoável (em número) de bandas do gênero doom que conseguem alcançar uma visibilidade, nossa cena (se é que poderíamos chamar assim) acaba por cair em descrédito. Apesar disso, é muito bom ver que ultimamente o apoio a bandas que estão no começo tem crescido. Os fãs querem realmente ver a cena crescer, querem ver bandas aparecendo, sem medo, confiantes. Bandas como Helllight e Mythological Cold Towers, já bem antigas por aqui, provam que o Brasil tem qualidade sonora, um diamante bruto que só precisa de apoio e de espaço para crescer. Acho que o que chamamos de “cena” é algo que está ainda engatinhando, no sentido de consistência e regularidade de eventos ou de produções, mas, sem dúvida, era algo inexistente há alguns poucos anos atrás. A saída desse hiato fez o trem se mover, e isso realmente é algo que é muito bonito de ver e de participar.

6- Para a In Absenthia, a internet é aliada ou vilã dos músicos de Metal no Brasil?

Acho que essa pergunta é bem complexa, mas, em sentido realista, a internet está aí e não vai deixar de existir. As pessoas querem ouvir os sons, ter acesso o mais rápido possível. O lucro não vai vir por aí, vai vir a partir dos shows, então, na minha opinião, facilitemos o acesso ao trabalho da banda e criemos interessados em comparecer aos shows. De modo curto e grosso, é o que eu penso. Não vejo sentido em dificultar o acesso e somente disponibilizar o som para venda (ao menos para bandas pequenas e independentes).

7- Quais os planos da banda ainda para 2013 e o que o público pode esperar para o próximo ano?

Em setembro lançamos nosso primeiro EP intitulado “Amongst the Lovers” que tem tido feedbacks muito estimulantes. Foram apenas 3 músicas com o intuito de apresentar a banda e fazer o pessoal que se interessa por esse tipo de som ficar ligado no nosso trabalho. Um videoclipe da música “pilgrimage” com o intuito de trazer ao visual um pouco da atmosfera que nossas músicas procuram proporcionar também está nos nossos planos. Atualmente temos nos preparado para algumas apresentações ao vivo que recebemos convite e começamos a ensaiar as primeiras músicas do nosso debut que deverá aparecer por aí pelo início de 2014. Então, fiquem ligados!

8- Em quais redes sociais podemos encontra-los? Deixe seus links:


9- Suas considerações finais e recado para o público. Espaço livre para utilizá-lo da maneira que quiser. Obrigada pela entrevista, e como admiradora de Doom Metal, desejo sucesso na caminhada!

Quero agradecer muito a todos que tem nos apoiado na divulgação do nosso trabalho, principalmente através do facebook. Agradeço muito também por esse espaço cedido para falar um pouco sobre a In Absenthia e espero que todos tenham gostado e se interessado em conhecer um pouco mais sobre o nosso trabalho. O doom metal precisa disso, de pessoas que tenham amor e vontade de melhorar essa que é uma das ferramentas mais indispensáveis de expressão: a música!

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